Mulheres zootecnistas ampliam participação no mercado e são destaque em universidades
Categoria: Notícias | Publicado em: 16/05/2019
O campo de trabalho na zootecnia sempre foi ocupado, tradicionalmente, por homens, porém, nos últimos anos essa realidade tem mudado e o número de mulheres zootecnistas cresce em todo Brasil.
Embora não haja dados precisos a respeito da participação das mulheres na zootecnia, o censo rural do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística) de 2017 aponta que, entre 2013 e 2017, houve crescimento de 20% na participação de mulheres na administração de propriedades rurais.
De acordo com Conselho Federal de Medicina Veterinária, dos 8.887 zootecnistas registrados e ativos atualmente, 2.783 são mulheres, o que representa 1/3 do mercado, realidade bem diferente de dez anos atrás quando havia 1.229 zootecnistas inscritas no conselho.
Em Mato Grosso do Sul, o cenário acompanha a tendência nacional e o número de zootecnistas inscritas no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MS) cresce anualmente. Em 2009, havia 169 mulheres zootecnistas cadastradas no CRMV-MS, em dez anos o número saltou para 304.
As mulheres com seu dinamismo têm contribuído muito para o avanço da profissão. Na última segunda-feira (13), durante solenidade alusiva ao Dia Nacional da Zootecnia, as zootecnistas homenageadas pelo CRMV-MS falaram a respeito dos desafios das mulheres no mercado de trabalho e da contribuição feminina para a zootecnia.
Para a professora doutora da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), e conselheira do CRMV-MS, Milena Wolff Ferreira, as mulheres são força de trabalho especializadas. “Hoje devemos pensar, quais são os desafios em atuar em um meio tipicamente masculino? Vejo que hoje isso também já começa a mudar. Os homens já dividem o campo conosco, as cadeiras das universidades, as mulheres hoje são força de trabalho, especializadas e com excelência. Nosso desafio maior é agregar, conciliar nossa excelência de trabalho numa área que anos atrás era tipicamente masculina.”
Assim como Milena, a vice-reitora e professora doutora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Camila Celeste Brandão Ferreira Itavo, também analisa os desafios da zootecnia no momento atual. “Acredito que temos como missão trabalhar pela sustentabilidade do agronegócio, pela sustentabilidade produtiva, ambiental e econômica. Temos um olhar integrado que soma com outros profissionais para produção de alimentos de qualidade em todo país.”
Importância da pesquisa e das instituições acadêmicas na formação profissional
Neste ano, o CRMV-MS, homenageou zootecnistas que atuam em instituições acadêmicas e também os primeiros profissionais inscritos no conselho. Durante evento, as zootecnistas homenageadas destacaram a importância da ampliação do espaço ocupado pelas mulheres não só campo, mas também nas universidades e a o papel estratégico do trabalho acadêmico na formação de novos profissionais e no desenvolvimento de pesquisas. “Temos que nos atualizar sempre, e as pesquisas em universidades contribuem muito para isso”, diz a professora doutora da UCDB Monalissa de Melo Stradioto.
Também da UCDB, a professora doutora Natália da Silva Heimbach elogiou iniciativa do conselho em homenagear os zootecnistas que atuam na área acadêmica. “Acredito que universidade é a base de tudo, dali saem bons profissionais, o conhecimento de pesquisa e inovação para que o produto final atenda a necessidade do consumidor. Fiquei lisonjeada porque é o reconhecimento do professor que por muitas vezes foi esquecido, mas é a base da formação profissional.”
Para Tatiana da Costa Moreno Gama, professora doutora da UCDB, o trabalho na universidade também é fundamental para formação de profissionais conscientes de seu dever para promoção da sustentabilidade. “Para mim, a zootecnia sempre buscou a sustentabilidade desde sua origem e hoje essa busca se acentuou, pois o mundo atual preciso disso.”
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