CRMV/MS participa do VIII Fórum das Comissões Nacional e Regionais de Saúde Pública Veterinária
Categoria: Notícias | Publicado em: 25/09/2017Discussões sobre a relação entre a Saúde Única e o Bem-Estar Único introduziram o VIII Fórum das Comissões Nacional e Regionais de Saúde Pública Veterinária do Sistema CFMV/CRMVs, que teve início nesta terça-feira (19), na sede do CFMV, em Brasília (DF). O evento busca o fortalecimento da atuação do médico veterinário na saúde pública e a construção de uma única voz entre as comissões. “Essa oportunidade de encontros anuais contribui para a replicação dos conhecimentos e para elaboração de estratégias adequadas à realidade de cada estado”, afirmou a presidente da Comissão Nacional, Sthenia Amora, durante a abertura do evento.
Representando o CRMV/MS, esteve presente a coordenadora da Comissão Estadual de Saúde Pública Veterinária, Ana Paula Antunes Nogueira.
Saúde e Bem-estar
A integrante da Comissão Nacional de Saúde Pública Veterinária (CNSPV) do CFMV, Adriana Vieira, comemorou a evolução dos debates sobre Saúde Única nos últimos anos, mas introduziu alguns questionamentos sobre o tema: “Sabemos o que é Saúde Única e o que fazer para garanti-la? Queremos de isso de fato e estamos dispostos a empreender as mudanças necessárias para tanto”?
A importância da Saúde Única, que abrange a saúde humana, animal e ambiental, leva em conta o dado da Organização Mundial da Saúde Animal que revela que das 1461 doenças reconhecidas em seres humanos, cerca de 60% são zoonoses, ou seja, transmitidas de animais para seres humanos.
Vieira destacou três prioridades ligadas ao tema que têm sido trabalhadas desde 2011 no Brasil: o combate à raiva, à influenza e a resistência antimicrobiana.
“Muitos acham que a raiva nem existe mais e nem mesmo vacinam seus animais, mas este ano houve casos em humanos no Brasil e há uma média de 591 mil atendimentos por ano em animais. No entanto, pouco ainda se fala sobre a prevenção dos agravos”, afirmou.
A integrante da CNSPV destacou ainda temas ligados à Saúde Única e que merecem atenção, como a questão dos resíduos, incluindo a destinação de cadáveres de animais, o uso de antimicrobianos e o uso de antineoplásicos sem controle.
A relação indissociável entre Saúde Única e bem-estar animal também foi ressaltada durante as palestras. “Muitos consideram a saúde animal separada do bem-estar, mas ambas dependem uma da outra”, pontuou Vieira.
Sobre o tema, a presidente da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do CFMV, Ingrid Atayde, ressaltou que a defesa do bem-estar animal passa necessariamente pela luta contra a pobreza humana. “Quem tem recursos para comprar uma carne que foi produzida seguindo os princípios do bem-estar animal ou se comprometer com a causa do bem-estar?”, questionou.
Atayde defendeu ainda, em sua fala, a necessidade de uma comunicação mais efetiva entre médicos veterinários, com a aplicação das competências humanísticas em sua atuação profissional. “A comunicação é a chave para aproximar os colegas e mostrar o que podemos fazer e como deve ser feito. Não podemos nos manter apenas no campo técnico”.
A presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente do CFMV, Maria Izabel de Medeiros, levou aos debates do VIII Fórum o viés ambiental. “Um animal abatido sem bem-estar prejudica muito o ambiente em relação ao animal abatido no tempo certo e da forma correta”, exemplificou.
Ela falou também a importância do destino ambientalmente correto de resíduos e dos próprios animais e os impactos sanitários quando isso não ocorre, como a proliferação de vetores, de microorganismos patogênicos e de agentes químicos.
Medeiros ressaltou ainda que a Saúde Única está presente em diversos objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas.
Ações nos estados
No primeiro dia do evento, a presidente da CNSPV/CFMV apresentou também as propostas definidas no Plano de Ação do último fórum, realizado em outubro de 2016, para redefinição das estratégias considerando a Saúde Única e o Bem-estar Único.
Amora ressaltou que uma das bandeiras assumidas nessa gestão é a defesa de que os estabelecimentos médico-veterinários sejam reconhecidos como estabelecimentos de saúde.
Os representantes das comissões regionais de saúde pública também deram início às apresentações realizadas nos respectivos estados desde o último fórum.
Fonte: Ascom/CRMV-MS com CFMV
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