CFMV debate com o MEC como melhorar a qualidade do ensino da Medicina Veterinária
Categoria: Notícias | Publicado em: 03/01/2019Preocupado com o número crescente de cursos de Medicina Veterinária no país, a qualidade da formação dos futuros profissionais e a proliferação dos cursos EaD, o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Francisco Cavalcanti de Almeida, e os diretores da autarquia Helio Blume e Wanderson Alves Ferreira se reuniram, na última quinta-feira (28), com secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Mauro Rabelo.
Durante o encontro, na sede do ministério, em Brasília, a diretoria do CFMV apresentou a realidade dos cursos de Medicina Veterinária no Brasil. Atualmente, existem no país mais de 355 cursos, o que representa um terço do que é ofertado no mundo; alguns deles oferecidos a distância. A contínua abertura de novos cursos, avalia o CFMV, supera amplamente as necessidades do mercado. O contingente brasileiro de médicos-veterinários continua crescendo. A categoria supera os 160 mil médicos veterinários inscritos no Sistema CFMV/CRMVS.
A autorização da criação de novos cursos de nível superior no Brasil está sob a tutela do MEC, e só o ministério pode atuar para estancar esta proliferação indiscriminada. O CFMV quer opinar no processo de criação, oportunidade que já é dada à Medicina, Odontologia, Psicologia, Enfermagem e ao Direito, por meio do Decreto 9235/2017. “Por que não incluir a Medicina Veterinária? Como solucionar essa questão? ”, indagou o presidente do CFMV na reunião.
Almeida explica que todo este descaso dos órgãos superiores tem refletido na qualidade do profissional. ” Somos uma autarquia de fiscalização. Temos notado uma elevação muito grande de processos éticos. Isso mostra a realidade do que é oferecido à sociedade”.
"Em alguns casos, o MEC autorizou o curso sem nem existir hospital veterinário e quadro completo de profissionais. Será que temos esse número de professores qualificados para atender à demanda de cursos? Isso nos preocupa. O Conselho está à disposição do ministério para o que se fizer necessário em prol da Medicina Veterinária e da qualidade do serviço prestado à população”, relatou o presidente. "É importante destacar também que os Conselhos Regionais não devem aceitar a inscrição de instituição que ofereça cursos na modalidade EaD", complementa.
O secretário Mauro Rabelo é integrante do Conselho Nacional de Educação e se colocou à disposição para atender as demandas do CFMV.
Participaram também da reunião a coordenadora geral das Residências em Saúde do Ministério da Educação e assessora direta do secretário, Rosana Melo, e o diretor de Desenvolvimento da rede de Instituições Federais de Educação Superior do MEC, Weber Sousa.
Luta pela qualidade do ensino
Ao longo dos últimos anos, o CFMV tem realizado diversas ações em prol da qualidade do ensino, inclusive junto ao MEC, com manifestações contrárias aos cursos noturnos e oferecidos na modalidade EaD, além de ter apresentado proposta de atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Medicina Veterinária ao Conselho Nacional de Educação (CNE), que foi aprovada no dia 21 de janeiro e aguarda a homologação do ministro da Educação.
Durante a 321ª Reunião Plenária do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), realizada, em 21 de fevereiro, foi aprovada, por unanimidade, a Resolução nº 1.256 que proíbe a inscrição de egressos de cursos de Medicina Veterinária realizados na modalidade de ensino a distância.
Sem a inscrição no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), quem tiver concluído o curso a distância fica impedido de exercer a profissão de médico-veterinário em todo o país. E os profissionais que ministrarem disciplinas ou estiverem envolvidos na gestão dos cursos a distância estão sujeitos à responsabilização ético-disciplinar
Reconhecimento
Como tentativa de reconhecer e certificar a qualidade dos cursos que seguem padrões adequados de ensino, o CFMV também lançou, ano passado, o Segundo Ciclo de Acreditação dos Cursos de Medicina Veterinária. O processo é voluntário e não substitui o reconhecimento já realizado pelo Ministério da Educação.
Por meio de avaliações in loco, representantes do CFMV se certificam de que os programas seguem padrões ideais de ensino, infraestrutura, preceptoria e casuística.
O selo de qualidade emitido pelo CFMV serve como referência para profissionais que buscam programas com os mais altos padrões de capacitação, e como um estímulo para o aperfeiçoamento dos programas de aprimoramento profissional.
“Junte-se a esta campanha: Qualidade de Ensino Sim – Quantidade Não”
Assessoria de Comunicação do CFMV
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