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Fique atento: Queimadas elevam riscos de picadas de cobras em rios e cachoeiras de MS

Categoria: Acadêmicos, CEAS, CRMV-MS em Pauta, Curiosidades, Destaques, Incêndio no Pantanal, médicos veterinários, Meio Ambiente, Notícias, SOS Animais Silvestres | Publicado em: 24/09/2020

As altas temperaturas registradas nos últimos dias em Mato Grosso do Sul têm levado banhistas a se refrescar em cachoeiras, rios e córregos do Estado. Especialista alerta para risco de picada de cobras e animais peçonhentos durante o , situação que tem ainda mais chances de acontecer no período de queimadas que o Estado enfrenta.

Recentemente, em Mato Grosso, estado vizinho, uma médica foi picada por uma jararaca enquanto aproveitava um fim de semana com amigos e o namorado, na Cachoeira do Céu Azul. A situação ganhou repercussão nacional e levantou discussão sobre estoque de soro antiofídico, aquele usado contra o veneno das cobras.

As imagens divulgadas pelas redes sociais revelam que a mulher estava debaixo da cascata de água quando foi surpreendida. Devido a gravidade, a vítima ficou internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e precisou fazer transfusão de sangue e uma traqueostomia, para ajudá-la respirar.

Mais queimadas, mais riscos

Fique atento: Queimadas elevam riscos de picadas de cobras em rios e cachoeiras de MS
Jararaca boca de sapo. (Foto: Blog da Biodiversidade)

De acordo com a coordenadora do CEAS (Comissão Estadual de Animais Silvestres) do CRMV-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul) e do biotério, Paula Helena Santa Rita, todo ser vivo precisa de água e é comum cobras ficarem próximo a quedas d’água em cachoeiras.

“Por conta das queimadas, a busca por esses ambientes tende a aumentar, mas é comum ter acidentes com pessoas nesses lugares, não necessariamente como aconteceu com moça de Cuiabá, aquilo foi um fato isolado, onde a pessoa está embaixo da cachoeira e o animal vir, mas a gente deve lembrar que esses animais fazem transposição do curso d’água, e a correnteza pode ter levado ela”, disse.

Segundo a especialista, vale ressaltar que os animais estão no seu habitat natural, e podem atacar quando se sentem ameaçados. Com a época de queimadas, tentam se refugiar para áreas com água em abundância.

“Sempre que alguém visualizar uma serpente, nunca tente pegá-la. Muitas vezes, a tentativa de abater o animal pode causar um acidente, as pessoas ficam nervosas quando estão nessa ação. O ideal é, se tiver em áreas de casas, pegue um tambor ou balde em cima e chame a  (Polícia Militar Ambiental), equipes do Biotério para recolhimento”.

No nosso Estado as principais serpentes peçonhentas com mais registros de incidentes são as: Bothrops moojeni (jararaca do Serrado), Bothrops mattogrossensis (boca de sapo) e a cascavel.

Estoque de antibotrópico em MS

Em MS, os soros antibiotrópicos disponíveis são apenas aqueles usados para neutralizar o veneno de outras espécies como as conhecidas como cotiara, urutú e caiçara.

Conforme o , o Instituto Butantan, responsável pela produção dos soros no país, enviou cerca de 525 ampolas para uso dos 79 municípios. O estoque das unidades regionais de saúde estão abastecidos.

Um acidente com uma jararaca, por exemplo, classificado como de leve a grave, pode requerer a utilização de 4 a 12 ampolas em uma só pessoa, dependendo da gravidade.

Caso você seja vítima de picada de uma das espécies você deve:

  • Se possível, fotografe o animal para que o socorro identifique e aplique o antibotrópico correto;
  • Não force movimentos, pois acelerar a circulação do sangue pode fazer que venero se espalhe;
  •  Se hidratar com água;
  • Jamais faça torniquetes no local da picada;
  • Não sugue o veneno, é mito sugar para amenizar a dor da vítima;
  • Evite medicamentos, o ideal é lavar com água em abundância;
  • Procure socorro, em Campo Grande o ponto de atendimento está no hospital Rosa Pedrossian

    Matéria: Midiamax


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