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 13 de Outubro: Dia Internacional para a Redução de Desastres

Categoria: CEMVD, Comissões | Publicado em: 13/10/2021

Originalmente celebrado na segunda quarta-feira de outubro, o Dia Internacional para a Redução de Desastres passou a ser celebrado anualmente a 13 de outubro, a partir de 2009, por decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Este dia foi criado com o intuito de conscientizar os decisores políticos e cidadãos para a implementação de políticas públicas para minimizarem ocorrências relacionadas às catástrofes.

Políticas de prevenção seja a acidentes, a saúde ou a desastres, ainda são desafiadoras no Brasil e no mundo. Para chamar a atenção para esse cenário, o Dia Internacional para a Redução de Desastres promove alerta para as formas de prevenção e mitigação, para a necessidade de se ter uma cultura global de prevenção e, consequentemente, de redução de ocorrências.

A maioria dos desastres no Brasil (cerca de 80%) está intimamente relacionada às instabilidades atmosféricas, responsáveis pelo desenvolvimento dos desastres naturais, dos quais estão as inundações, vendavais, tornados, granizos e deslizamentos de terra, sem deixar de mencionar que alguns dos desastres decorrentes no nosso país, podem ser oriundos da água: pelo seu excesso ou à sua falta (seca). No Brasil, o período seco (momento de grande seca na maior do país que ocorre nas estações de Outono-Inverno) é um desastre natural que promove elevada proporção de queimadas no Centro-oeste, principalmente no Pantanal, onde existem muitas espécies de fauna e flora nativas, levando à alta mortalidade de animais queimados.

Segundo o relato do Dr. Diogo Borges, médico veterinário do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) e participante da Comissão Estadual de Medicina Veterinária de Desastres do CRMV-MS, abordou sobre a situação que ele encontrou, no período crítico de queimadas no Pantanal em 2020. “Já tive o prazer de atuar em alguns desastres, como a grande queimada do final do ano de 2020, com os maiores focos de incêndio dos últimos anos. E de vários animais que conseguimos ajudar ou até mesmo salvar, existiu dois casos que me conquistou… O primeiro caso é o Jou Jou, uma onça pintada macho, no qual foi resgatado de dentro da Serra do Amolar (localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia), com pulmão bem debilitado, patas queimadas e extremamente magro e que em 2 meses de muito trabalho e dedicação, conseguimos soltá-lo onde foi capturado. E o segundo caso foi uma cutia macho vítima do fogo, resgatada também na Serra do Amolar, que chegou no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) com todas patas queimadas e bem debilitada, mas que felizmente também conseguimos salvá-lo com sucesso.” O Dr Diogo Borges ainda complementa com um recado de prevenção aos que vivem próximos de áreas ou propriedades rurais: “acredito que o primeiro passo e um dos mais importantes para a prevenção de pequenos ou grandes desastres de qualquer tipo, seja a conscientização, tanto de crianças e adultos, como de todos que moram e vivem na zona rural, minimizando riscos à população, aos animais e à toda flora nativa presente.”

Outra experiência foi abordada pelas Médicas Veterinárias Dra. Paula Helena e Nataly Nogueira, participantes da Comissão Estadual de Medicinal Veterinária de Desastres, no qual ambas contribuíram na Serra do Amolar: “Tivemos a oportunidade de passar 30 dias da Serra do Amolar para trabalhar com assistencialismo, resgate de fauna silvestre e atendimento aos animais domésticos das comunidades ribeirinhas durante o período de queimadas no ano passado, além de ações relacionadas ao fogo em Bonito e Corumbá.”

“Deparamos-nos com um cenário triste, de muita destruição e grandes perdas para a fauna e moradores locais. Encontramos inúmeros animais carbonizados durante os trabalhos de busca ativa e havia locais que mais pareciam um cemitério de animais em meio ao Pantanal. No entanto, testemunhamos também a resiliência indiscutível que esse bioma possui. Com o passar dos dias na Serra do Amolar, foi possível notar o crescente avistamento dos animais conforme ia ocorrendo o rebrotamento.”

“As ações de assistencialismo foram capazes de nutrir alguns grupos de animais até que eles pudessem encontrar alimento de forma natural novamente. Encontrar um animal vivo e saudável era motivo de grande felicidade para toda a equipe.”

E por fim, complementam com medidas que possam auxiliar na diminuição de desastres: “Acreditamos que medidas de políticas públicas devem ser planejadas e organizadas a fim de buscar a redução de desastres, tanto os de causas naturais através de atenção à preservação do meio ambiente quanto o de causas antropogênicas, como a fiscalização e devida punição de casos ilegais de queimadas e desmatamento, por exemplo. Outro ponto fundamental é a educação ambiental por parte dos profissionais e setor público, conscientizando a população quanto às questões ambientais.”

Por Bárbara Castro, estagiária em Zootecnia no Setor Técnico do CRMV-MS.

 

 


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