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28 de setembro – Dia Mundial de Combate à Raiva

Categoria: Campanhas CFMV, CFMV, Comissões, Notícias, Saúde Única | Publicado em: 28/09/2020

Para lembrar a importância de controle e prevenção do vírus da raiva, a Aliança Global para o Controle da Raiva (ARC), com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), comemoram, em 28 de setembro, o Dia Mundial Contra a Raiva.

Por ano, mais de 50 mil pessoas morrem em todo o mundo em decorrência do vírus. Desde 2004, ele está sob controle, no Brasil. Até então, era um grave problema, principalmente devido à raiva urbana, transmitida por cães e gatos, mas ainda existem outros animais transmissores da doença, como os morcegos, hematófagos ou não. A doença transmitida por esses animais em ambiente urbano vem sendo identificada com frequência cada vez maior.

Papel do médico-veterinário na luta contra a raiva

O médico-veterinário tem papel fundamental na luta contra a raiva. Ele atua nos sistemas de saúde sendo também responsável por prevenção, controle, diagnóstico clínico e laboratorial da doença. Avalia fatores de risco quanto à transmissão do vírus no ambiente e em animais, visando alertar os órgãos de saúde e prevenir a ocorrência da zoonose.

A raiva é conhecida desde séculos, porém, apesar dos esforços de governos e organizações, ainda atinge mais de 150 países e territórios, e estima-se que seja a causa da morte de 59 mil pessoas todos os anos.

No mundo, a maioria dos casos de raiva humana ainda ocorre por transmissão canina, portanto a vacinação periódica de animais de companhia e de criação e a orientação técnica quanto a formas de prevenir o desenvolvimento desta enfermidade, realizada pelo profissional médico-veterinário, é a chave no sucesso da prevenção e redução da transmissão.

Os profissionais devem estar capacitados para informar à população, identificar os sinais e sintomas e animais suspeitos, utilizando-se das ferramentas de Vigilância e Educação em Saúde.

Situação atual

A raiva urbana está em processo de controle no país, o que foi possível em virtude da participação de médicos-veterinários que atuaram e atuam no Sistema Único de Saúde (SUS), como coordenadores e responsáveis técnicos pelos programas de controle nas três esferas de Governo.

A raiva em animais de produção é de responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que por meio dos órgãos da Defesa Sanitária Animal desenvolve ações de Vigilância e Controle pelo Programa da Raiva dos herbívoros, como o monitoramento e controle dos morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundos e estímulo aos produtores rurais de vacinação do rebanho em áreas vulneráveis.

Combate à zoonose

Fala-se muito sobre o combate à raiva, uma expressão clínica de uma infecção a vírus; mas combatê-lo uma vez instalado, na maioria das vezes, já não é eficaz. Existem ações de controle realizadas para evitar que a doença se manifeste.

Diferentemente de uma bactéria, que é combatida com antibióticos, a ação mais efetiva no controle da raiva no ambiente doméstico é a campanha anual de vacinação. Em cães e gatos, por exemplo, a aplicação da vacina faz com que o sistema imune desses animais produza anticorpos. Se por acaso ele for exposto ao vírus da raiva, o organismo saberá reagir e eliminar as partículas de vírus antes que cheguem ao cérebro. Outras medidas são: evitar que acessem a rua sem supervisão do tutor; nunca mexer com animais desconhecidos e, se por acaso for agredido, lavar bem o ferimento com água e sabão; e procurar imediatamente um posto de saúde mais próximo de sua residência.

No Brasil, observou-se, a partir do ano de 2004, uma mudança no perfil epidemiológico da raiva em relação à transmissão de casos para os humanos: os morcegos passaram a ser o principal transmissor no país, uma vez que, a raiva urbana existente em cães e gatos teve um avanço significativo de seu controle, apenas mantendo-se de forma esporádica em algumas limitadas áreas do país.

Essa situação epidemiológica atual remete os programas de controle a focos de atuação inovadores, que necessariamente envolvam a participação de segmentos do meio ambiente, em uma filosofia de trabalho totalmente alinhada com os princípios e diretrizes da Saúde Única.


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