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Coelho de verdade não é brinquedo para presentear na Páscoa

Categoria: Bem-Estar Animal, Notícias | Publicado em: 09/04/2020

Estes animais são sensíveis e demandam cuidados especiais ao longo de até 8 anos de vida, em média

Na época de Páscoa, as crianças não pensam em outra coisa senão nos ovos de chocolate recheados de brinquedos que irão ganhar. Instigadas por comerciais de televisão, que exibem o coelho como símbolo desta data comemorativa, muitas delas também pedem coelhos de verdade de presente. E, especialmente, nesse momento de quarentena, em que a presença de um animalzinho é extremamente bem-vinda como companhia, por impulso, os pais podem ceder, sem avaliar as consequências da decisão. Mas será que é uma boa ideia dar um coelho de verdade de presente?

Os bichos não são brinquedos de pelúcia e precisarão de cuidados especiais por um bom tempo. O problema muitas vezes começa ainda na aquisição, afirma a médica-veterinária Rosângela Ribeiro Gebara, da Comissão Técnica de Bem Estar Animal (CTBEA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP). Alguns vendedores, afirma a profissional, chegam a colorir os pelos dos animais, para atrair o público.

“Outra prática comum é vender filhotes ainda imaturos, como se fossem ‘coelhos anões’. Por falta de cuidados especiais, manipulação inadequada e ausência da mãe, vários desses coelhos morrem após poucos dias”, afirma Rosângela. Além da atitude não atentar para a vida do animal, a médica-veterinária alerta ao desserviço que é reduzir os coelhos a meras mercadorias. “Dessa maneira, os pais deixam de ensinar aos filhos lições sobre responsabilidade e compaixão com os seres vivos.”

Cuidados especiais

Os coelhos vivem de 6 a 8 anos, em média. Eles precisam de cuidados especiais, que começam pela alimentação, com ração específica, passando por ambiente com instalações amplas e adaptadas, visitas regulares ao médico-veterinário, acesso a jardins ou locais onde possam expressar comportamentos naturais, como cavar buracos, assim como receber carinho, tempo e atenção, e, sempre que possível, uma companhia da mesma espécie.

Alimentação

Como animais herbívoros que são, os coelhos se alimentam de vegetais, como folhas e verduras, além de ração específica para a espécie, ambos em quantidade controlada uma vez ao dia. E eles precisam ainda de uma dieta à base de feno de capim. Isso porque, segundo a médica-veterinária Cristina Maria Pereira Fotin, da Comissão Técnica de Médicos-Veterinários de Animais Selvagens do CRMV-SP, há uma particularidade nos coelhos, que é o crescimento contínuo de todos os dentes.

“Os dentes se gastam ao animal comer alimentos que tenham uma fibra mais grossa e quem faz essas vezes é o feno. Portanto o feno, assim como a água, deve estar à disposição durante todo o dia”, diz. Os coelhos são animais muito curiosos e os dentes da frente muito afiados, capazes de cortar fios de equipamentos eletrônicos, por exemplo, como telefone e televisão. “As pessoas devem colocar proteções nesses fios, para não danificarem os aparelhos e serem um risco aos animais. Além do feno, podem ser oferecidos outros itens para que eles possam roer, como galhos de árvores frutíferas, pedrinhas específicas vendidas como brinquedos e madeira.”

Ambiente

Os coelhos devem ter acesso à luminosidade natural, para que tomem banho de radiação ultravioleta, mas é fundamental que exista um abrigo do sol. “É um animal que pode, facilmente, ter uma insolação. Isso porque ele não transpira e o seu resfriamento corporal acontece por meio do aumento do ritmo da respiração, o que não é suficiente para que a espécie tolere altas temperaturas e sol direto. Por isso, proteção é extremamente importante.”, diz Cristina.

Esses animais precisam de espaço para se exercitar. O ideal é ter um local amplo para eles, como área de serviço, terraço ou viveiro. Os viveiros devem ser telados, de modo que não entrem em contato com animais sinantrópicos ou da fauna silvestre, para prevenir contra picadas e doenças como a raiva. Os coelhos não devem ficar presos em uma gaiola e serem soltos poucas horas ao dia, orienta a médica-veterinária. “Este espaço, com piso aderente, deve ser para bandejas com feno. Uma para urinar e defecar e outra para ser usada de cama, pois eles apreciam locais macios.”

Saúde

Nos coelhos, são comuns problemas respiratórios e de pele. A saúde digestiva também apresenta alterações frequentes, o que está relacionado a mudanças bruscas na dieta, do teor alto de açúcar dos alimentos oferecidos, ou a falta de exercício físico. Nos idosos, são comuns os problemas de coluna, fazendo com que tenham menos mobilidade nas patas e dor crônica. Assim como podem ter outros problemas cardíacos, do fígado e renais.

Os traumas são comuns em qualquer idade. Por terem um esqueleto muito frágil e serem animais saltadores, podem se fraturar ao cair do colo ou após um salto mal sucedido sobre um piso liso. “Outro tipo de trauma é no convívio com o cão. Eles somente devem ser soltos no mesmo ambiente sob supervisão. Facilmente, uma patada de cão ou mordida pode ser bastante prejudicial e colocar o coelho em risco.”

Cristina revela ainda que as fêmeas estão predispostas a problemas uterinos a partir da meia idade (4 anos). Há a indicação de castrá-la quando jovem, a partir de 6 meses de idade a 1 ano, para prevenção.

São recomendadas visitas a um profissional médico-veterinário que atenda a espécie, a cada semestre, para avaliação, desde quando são adquiridos.

Convivência

Assim como os cães, os coelhos são animais que precisam de companhia. Eles suportam alguns períodos do dia longe dos tutores, porque acostumam com a rotina, mas podem sofrer com ausência se for por períodos muito longos, como um final de semana. “Vários coelhos diminuem o apetite na ausência do tutor e têm problemas na fermentação do intestino, produzindo gases e desenvolvendo problemas mais graves.”

Quando machos convivem juntos, podem ocorrer brigas, porque eles são territorialistas. Se a ideia for ter machos e fêmeas juntos, elas precisam ser castradas, para prevenir uma reprodução desenfreada. “A fêmea tem um cio seguido do outro, com ciclo reprodutivo de 30 dias. Ou seja, a partir do nascimento de uma ninhada, já pode reproduzir de novo.”

Assessoria de Comunicação CRMV-SP

 


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