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Como lidar com comportamentos atípicos que o isolamento pode causar aos pets

Categoria: Bem-Estar Animal, Campanhas CFMV, Notícias | Publicado em: 02/04/2020

Em época de novo coronavírus, os animais de estimação também estão em quarentena. O hábito de ter que ficar em casa pode gerar ansiedade e até mesmo depressão nos bichinhos. Como saber se o seu animal está estressado? O que fazer?

Em primeiro lugar, é preciso observar os hábitos e movimentos do seu animal de estimação. Quem convive com o pet é capaz de identificar que seu comportamento está diferente.

“Cães estressados, por exemplo, exacerbam o hábito de lambedura nas patas e intensificam o ato de dar voltinhas ao seu redor, como se estivessem pedindo para passear. Alguns animais vocalizam, rosnam e choramingam, como pedido de socorro, outros se isolam por baixo dos móveis, ficam mais arredios aos membros da casa, tornam-se hiperativos ou até mordem”, explica o médico-veterinário Roberto Lange, da Comissão de Estabelecimentos Veterinários do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNEV/CFMV).

Para ele, observar a postura geral do animal é muito importante. “As orelhas podem dar indícios de ansiedade: em estado de alerta, tendem a se manter eretas; já no medo ou submissão, elas baixam no sentido para trás da cabeça. A regra de ouro é observar aquilo que ele não fazia antes e, abruptamente, começou a fazer” diz Lange.

O zootecnista Alexandre Rossi, mestre em Psicologia e intengrante da Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, alerta que animais estressados também podem ficar mais tempo dormindo ou reclusos. “Isso costuma acontecer bastante com cães medrosos e gatos, principalmente quando há outros animais ou pessoas na casa. Há parâmetros fisiológicos que podem ser medidos para ajudar a avaliação, mas conhecer o comportamento normal da espécie e do indivíduo ajuda muito”, informa o zootecnista.

Seu animal apresentou algum comportamento semelhante? Então, está na hora de dar a ele mais atenção e cuidado. Para acalmá-lo, o médico-veterinário indica brincadeiras que ajudam a quebrar a rotina, aliviando as tensões. “Arremesso de bolinhas, o próprio banho em casa e interação direta são válidos para exercitar nossos amiguinhos”, aconselha Lange.

Para Rossi, outro jeito de reduzir o estresse é garantir espaço seguro para o animal evitar interações. Ele cita, como exemplo, “não deixar crianças incomodarem o cachorro quando ele estiver dentro da casinha dele e debaixo da cama”.

Os passeios são fundamentais para cães que não fazem as necessidades em casa, além de ser muito prazeroso e ajudar a controlar a ansiedade. Por causa do novo coronavírus, no momento, é indicado evitar aglomerações e não permitir que outras pessoas façam carinho no animal. No lugar dos passeios, Rossi indica o contato do tutor com o animal.

“Criar momentos de relaxamento, inclusive, fazer massagem no pet. Além de acalmar, a massagem ajuda a perceber se o animal está com algum desconforto, dor e problemas mais sérios, que podem ser evitados procurando o médico-veterinário antes do agravamento”, sugere o zootecnista.

Para casos extremos de ansiedade ou estresse, pode-se lançar mão de medicamentos que vão desde os fitoterápicos até os mais fortes e controlados. “Mas isso deve ser feito sempre em último caso e com a ajuda de um médico-veterinário com experiência em comportamento animal. Não saia dando ansiolíticos para o seu cão”, adverte o médico-veterinário Lange.

Passeios e cuidados com a higiene

Neste momento, a recomendação é evitar sair de casa, mas se o passeio for imprescindível, por exemplo, no caso em que os animais só fazem as necessidades fisiológicas na rua, seguem as recomendações do CFMV:

– Os passeios ao ar livre devem ser curtos e focados, só para atender às necessidades fisiológicas;

– Apenas uma pessoa deve passear com o cão, a cada saída;

– Procure lugares menos movimentados e prefira os horários mais tranquilos;

– Evite contato com outros animais e pessoas;

– Na volta para casa, higienize as patas e pelos do pet com água e sabão neutro, de preferência os que sejam adequados a uso veterinário.

Banho e tosa

Em relação aos banhos, Alexandre Rossi orienta observar a odores de pele, ouvido e boca. “Com um menor acesso aos veterinários e banho e tosa, algum problema pode passar despercebido. Muitos cães vão ficar bem sem banhos, outros precisam de banhos para controlar algumas alergias e outros problemas. Unhas grandes demais também podem causar problemas articulares e posturais”, esclarece.

Higienização das patas

As primeiras lavagens das patas de seus animais devem ser feitas com paciência. Aqueles que não estão habituados tendem a se ressentir um pouco mais, porém com a rotina estabelecida, tudo fica mais fácil. Para limpar, de maneira geral, pode-se usar todos os surfactantes (substâncias presentes no sabão, sabonete, detergentes e xampus). Há muitos produtos à base de cloreto de benzalcônio que, diluídos em água, podem também ser úteis na limpeza.

Assessoria de Comunicação do CFMV


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