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Esclarecimentos sobre a detecção do novo coronavírus em cães e gatos

Categoria: Bem-Estar Animal, CESPV, Comissões, coronavírus, Destaques, médicos veterinários, Notícias, Parcerias, Saúde Única | Publicado em: 26/02/2021

Detecção do novo coronavírus em cães e gatos: o que isso significa?

O diagnóstico de fragmentos do vírus em cães e gatos indica que as pessoas que estavam com COVID-19 na residência transmitiram para seus pets, mas não podemos afirmar que os pets podem transmitir às pessoas. Até o momento não há evidência científica de que cães e gatos possam transmitir o novo coronavírus para pessoas: estes pets não são considerados reservatórios ou portadores do novo coronavírus. O novo coronavírus é adaptado aos seres humanos, que são os portadores e transmissores do SARS-CoV-2. Desta forma, pessoas com diagnóstico positivo de COVID-19 devem permanecer em isolamento inclusive dos seus pets e manter as medidas de higiene e distanciamento, a fim de evitar a transmissão dentro de casa.

Por que investigar o novo coronavírus em pets?

O Projeto PetCovid acontece em seis capitais brasileiras que visa realizar a vigilância de SARS-CoV-2 em pets que convivem com pessoas positivas para o novo coronavírus. Dentre os objetivos da pesquisa, a equipe pretende compreender por que em algumas residências pode ocorrer a transmissão do novo coronavírus dos tutores para os pets e na maioria das residências isso não é observado. A investigação vai além de coleta de amostras para diagnóstico laboratorial do novo coronavírus. São também avaliados aspectos relacionados à saúde única como a característica da doença nas pessoas da residência, informações de saúde e hábitos do animal, detalhes sobre o ambiente onde vivem, aspectos de comportamento e relação humano-animal. Estas informações serão analisadas ao final do projeto para que se compreenda a dinâmica de transmissão de doenças dentro do aspecto saúde única e para a elaboração de políticas públicas frente a doenças respiratórias e outras doenças que possam acometer humanos e animais.

O novo coronavírus causa sintomas em cães e gatos?

A maioria dos cães e gatos são assintomáticos, o que indica que pode ter ocorrido a passagem do vírus no organismo do animal, porém o vírus não necessariamente se replicou e a doença não foi estabelecida. Conforme a literatura mundial, raríssimos cães e gatos podem apresentar sinais inespecíficos de trato respiratório, trato gastrintestinal ou doenças de pele, como tosse, diarreia e prurido, mas até o momento não há evidência científica de que os sintomas tenham sido causados pelo novo coronavírus porque estes poucos animais sintomáticos já tinham outras comorbidades. É importante manter a saúde dos animais, com alimentação adequada, água limpa em abundância e check-up periódico por um médico veterinário de confiança.

O que acontece se meu pet testar positivo para o novo coronavírus?

A orientação é que os pets permaneçam em isolamento durante 10 a 14 dias e que haja monitoramento por um médico veterinário. Não há tratamento específico disponível para a infecção pelo novo coronavírus. Intervenções somente são indicadas se houver sintomas e o médico veterinário poderá indicar os exames, como por exemplo o teste de RT-PCR em tempo real, realizados por laboratórios veterinários. Por se tratar de doença de notificação compulsória a órgãos de saúde animal, os casos detectados pelo Projeto PetCovid são notificados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que encaminha a notificação à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Em Campo Grande as notificações também são realizadas à Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), à Secretaria de Estado de Saúde (SES) e à Secretaria Municipal de Saúde Pública (SESAU). A notificação não gera intervenções e nem consequências ao cão ou gato positivo, mas colabora com o monitoramento da doença pelos órgãos oficiais e com futuras políticas publicas de saúde animal e saúde humana.

Quantos casos foram detectados no Brasil?

Até o momento foram detectados 11 animais positivos para amostras de swab orofaríngeo através do teste de RT-PCR em tempo real: um gato em Cuiabá, 4 cães e 1 gato em Curitiba, 2 gatos em Recife, um cão em Belo Horizonte e um cão e um gato em Campo Grande. Já foram avaliadas aproximadamente 60 amostras.

Quais são as orientações aos médicos veterinários?

É importante ressaltar que ao menos 40% das pessoas com SARS-CoV-2 são assintomáticas, porém podem transmitir o vírus. Então profissionais de saúde médicos veterinários devem manter rigorosamente as medidas de biossegurança com o uso adequado de equipamento de proteção individual, distanciamento quando possível, manter ambientes arejados e devidamente higienizados, realizar a lavagem frequente de mãos e usar protetor facial (faceshield), principalmente em procedimentos que gerem aerossóis. Se possível, sempre questionar os tutores sobre casos de COVID-19 diagnosticados na família e investigar quaisquer comorbidades em animais sintomáticos com vínculo epidemiológico, através de exames laboratoriais, de imagem ou anátomopatológicos. Existem laboratórios veterinários no Brasil que oferecem a q-RT-PCR para diagnóstico de SARS-CoV-2. Considerando que existem muitas doenças que acometem animais domésticos cuja sintomatologia pode se confundir com os sinais inespecíficos de COVID-19, a investigação de coinfecções e comorbidades é extremamente importante para descartar ou não o SARS-CoV-2 como causador de infecção e sinais clínicos em animais.

Fonte:  Membros da Comissão Estadual de Saúde Pública Veterinária – CRMV/MS

Sobre o Projeto PetCovid

O projeto PetCovid é realizado em seis capitais simultaneamente (Curitiba, Campo Grande, Cuiabá, Recife, Belo Horizonte e São Paulo), com coordenação geral da UFPR e coordenações locais na UFMS, UFMT, UFRPE, UFMG e UNISA).

Os pesquisadores do Projeto PetCovid da UFMS detectaram um cão da raça Teckel e um gato da raça Siamês positivos para SARS-CoV-2, em amostras de swab (cotonete) orofaríngeo. As amostras foram diagnosticadas para fragmentos do novo coronavírus através RT-PCR em tempo real no laboratório TECSA, parceiro do Projeto.
Os dois animais estão assintomáticos e em ótimas condições de saúde. Inclusive já foram monitorados pela equipe do Projeto.
Os casos detectados em Campo Grande foram notificados às autoridades de saúde animal (MAPA e IAGRO) e saúde humana (SES e SESAU) pela Coordenadora local, professora Juliana Galhardo da FAMEZ/UFMS.

O Projeto Pet Covid Campo Grande precisa de voluntários: pessoas que estão em isolamento e com diagnóstico recente de COVID-19, que tenham pet (cão ou gato) e morem em Campo Grande. Os voluntários podem entrar em contato pelo e-mail petcovidufms@gmail.com ou pelo perfil no Instagram @petcovid_ufms

Agradecemos o contato e a divulgação da ciência brasileira!

 


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